30 de dez. de 2006

Inversão de valores

Há uma nota na coluna Em Dia, do jornal Bom Dia Bauru de hoje que, embora seja de um tipo até comum, precisa ser comentada: é a que se refere ao cunhado boca mole e à atenção que este estaria prestando nas declarações do vereador Marcelo Borges, seu eventual adversário na próxima eleição para prefeito.

A notinha é capciosa, tem cara de coisa mandada. Como já sabemos que amigos do cunhado boca mole são pródigos em engraxar a imprensa, temos que ficar mais atentos ainda que o perna bamba, pois sabemos que desse mato sai muitos coelhos.

Ora, o jornal que me perdoe, quem tem que fiscalizar é exatamente o vereador; o boca mole tem é que ser vigiado mesmo e qualquer dúvida contra seus procedimentos tem que ser denunciada e averiguada.

O boca mole que trate de trabalhar direitinho, afinal ele que também é vereador, só mudou de lado, passou para o executivo, para fazer bonito e para tentar viabilizar sua candidatura a suceder o prefeito abúlico.

Como é um político sem história, temos mesmo que ver suas ambições e aspirações com cuidado, pois a única coisa que sabemos de seu currículo é que é cunhado de gente importante e que tem interesses econômicos incompatíveis com a gestão dos interesses públicos.

Nós que temos observado que nesse final de ano as empresas do cunhado importante do boca mole do DAE, gastou importância considerável em propaganda nos jornais locais, precisamos ficar atentos para que os jornais não se deixem escorregar para o elogio despropositado, pois parecerá troca de favores.

Mesmo a repetida insinuação de que o vereador Marcelo Borges teria intervido contra o recolhimento das mesas e cadeiras do Bar do Português, é muito extemporânea, intempestiva, demonstrando que há "mão de gato" por trás dela.

Em resumo: tá cheirando a peixe. O cunhado boca mole é candidato a candidato e a coluna, no mesmo dia, aliás em vários dias seguidos, vem trazendo notinhas com endereço evidente demais: promover o dito cujo e desancar o vereador Marcelo Borges, seu principal opositor e fiscalizador de seus atos administrativos.

Nessa terra está tudo errado: a prefeitura não asfalta nada, e a imprensa (parte dela) se presta a asfaltar o caminho de certos candidatos a prefeito, que novamente não asfaltarão nada, só as rotatórias dos supermercados.

ps. A imprensa tem que tomar certos cuidados, pelo bem da notícia: não há cunhado do boca mole, é ele é que é cunhado! Há uma baita diferença! É só perceber nas outras vezes em que o empresário é citado, alguém se refere a ele como "cunhado do presidente do DAE"? O boca mole tem que comer muito feijão ainda para um dia pensar em deixar de ser somente o "cunhado do poderoso".

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